sábado, 21 de agosto de 2010

Augusto dos Anjos

 Augusto dos Anjos, poeta paraibano, marcou para sempre a literatura brasileira. Trata-se de um autor com uma fixação mórbida pela condição humana, especialmente no que ela tem de finita, de precível.Sua fixação pela morte não é o destino da alma, a pertuação na eternidade, mas a crueza física e medonha da morte. O decompor-se, o verme, os ossos secos, o riso último de quem se foi.
  Particularmente gosto muito da poesia de Augusto dos Anjos, talvez pela presença do novo, pela mistura de biologia, filosofia hindu e cientificismo misturado de repugnância pela condição humana e temperado pelo pessimismo de Schoppenhauer - filósofo alemão. Vale a pena ler com atenção o poema que segue para que vocês possam conhecer o poeta que ousou escrever o que para muitos era estranho, porém original e inteligente.

                                                    Versos Íntimos

Vês?! Ninguém assistiu ao fomidável!
Enterro de sua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera-
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homemm, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Nessecidade de também ser fera      ( determinismo)

Toma um  fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

 Nesse poema o poeta encontra-se descrente em tudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário